quinta-feira, outubro 19, 2006

Por Tutatis e Belenos!!



Estamos no ano 2006 depois de Cristo. Toda a produção de longas metragens animados estão dominados pela técnica 3d computação gráfica. Toda? Não! Apenas uma pequena aldeia gaulesa resiste agora e sempre ao invasor. A situação não está nada fácil para as produtoras de Disneynum, Dreamworksnum, Pixarnum e Sonyanimatium

Curiosamente foi a primeira frase que me passou a cabeça quando assistia os trailers que precederam o Filme "Asterix e os Vikings" ironicamente o longa animado dos irredutíveis Gauleses é atualmente o único longa produzido em animação tradicional (2d) que tivemos nesta temporada de setembro-outubro (tirando é claro o maravilhoso Wood & Stock: Sexo Óregano e Rock and Roll). E todos os trailers indicam que em dezembro teremos mais enxurrada de animação 3d. Sem nenhuma previsão de uma animaçãozinha 2d (a não ser que Brichos venha para salvar a honra da tradicional animação).



Acho que os Irredutíveis Gauleses dispensam apresentações. Já falei deles aqui em outra ocasião. Criados nos quadrinhos de René Goscinny e Albert Uderzo, a história da aldeia Gaulesa que resiste bravamente a invasão do império romano, pela força sobre-humana que eles ganham ao tomar a poção mágica é uma febre em vários países. Aqui no Brasil fomos apresentados a eles incialmente pela editora Cedibra e atualmente pela Record em seus 32 albuns que são bons até "A Odisséia de Asterix". A partir desse ponto as historias passam a ser escritas e desenhadas apenas por Uderzo, o que, na minha opinião, fez cair drasticamente a qualidade. Mas mesmo assim eu compro cada album que sai, pois como fã não posso ter uma coleção deles incompleta.

O filme em si demonstra uma técnica de animação maravilhosa. As jogadas de câmeras e um uso sutil de computação gráfica (mais muito sutil messsmo). Deram um toque que eu raramente vi nas animações de Asterix.



Já a história deixa um pouco a desejar (para os fãs dos quadrinhos). É uma adaptação livre (muito livre mesmo) da história "Asterix e os Normandos" onde o irmão de Abracurcix, chefe da aldeia, envia seu filho, Calhambix(nos quadrinhos Encucadix) para se tornar um guerreiro. E Asterix e Obelix ganham a missão de criar o rapaz. Só que o rapaz é o campeão dos medrosos. De outro lado, os vikings querem aprender a arte do medo pq ouviram dizer que "O Medo dá asas e nos leva a voar" e por isso tem que buscar um campeão. Então eles vão a uma expedição procurar esse campeão.

Deixa a desejar pq como adaptação os exageros não são tão bons como nos quadrinhos. ALém disso, o personagem de Obelix perdeu um pouco da sua inocência e ao mesmo tempo ficou sensível e sagaz demais. Colocaram uma personagem feminina para fazer par romântico com Calhambix do Chefe. Nada contra, mas é que nas historias de Asterix a única vez que um romance deu certo foi a hilariante paixão platônica de Obelix por Falbalá. Mas eu sinceramente acho que minha indignação com a personagem se deu ao fato de, na versão dublada, ter a voz da Paniquete Sabrina Sato.



Mas, mesmo deixando a desejar eu saí da sala de cinema muito mais satisfeito do que quando vi, "Deu a Louca na Chapeuzinho" e "O Bicho vai Pegar". Ri mais que nesses filmes e me impressionei mais também. Vale a pena o ingresso para quem ainda quiser conferir (mesmo pegando a dublagem dos integrantes do Pânico.

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