segunda-feira, dezembro 04, 2006

O Telemóvel está no ar.

Sentou na igreja em mais uma celebração dominical. O primeiro domingo do Advento provocando e chamando a atenção diante da promessa da vinda do Messias.

Uma bolsa no banco da frente chama a atenção. Aparentemente a dona dela não estava naquele banco. todos se indagavam de quem seria, mas como a missa havia começado ninguém mais havia se importado.

A Missa passa: partilha da palavra, preces, ofertório e o momento sagrado, o da consagração, estava chegando. Como de praxe em respeito ao momento ajoelhou-se. Foi quando notou que a bolsa falava... as poéticas e doces palavras que soavam da bolsa entravam num imenso contraste com o momento. Enquanto o Padre seguia o rito diante do corpo de Cristo a Bolsa Dizia.

- ATENDE O TELEMÓVEL!!!

Todos se entreolharam e ninguém sabia de quem seria aquela bolsa que chamava atenção pra si e quanto mais o padre prosseguia, mais alto e desesperado a bolsa gritava.

- ATENDE A MER!@# do TELEMÓVEL!!

Contrangimento. Todos se entreolhavam. Por mais absurdo que parecesse o momento não podia deixar de soltar um riso retraído. Já diante do vinho que iria se tornar o sangue de Cristo a bolsa grita mais alto ainda.

- ATENDE A PO!@# DO CARA!@#) do TELEMÓVEL.

Não conseguia mais controlar-se, segurando o riso parecia estar num momento de sofrimento e oferecimento total, mas estava apenas rindo diante do ridículo da situação. E a bolsa que não se fazia de rogada gritava mais alto ainda.

- ATENDE A MER!@# DA PO#!@# DO CARA@!#! DO TELEMÓVEL.

Já havia acabado o momento e a bolsa continuava a reclamar. Ele observou que as pessoas nada gostavam daquilo e não sabe se foi por tentar se concentrar ou por total moralismo a bolsa sofreu um julgamento inquisitório e foi por uninamidade condenada a passar o resto da celebração do lado de fora do templo nas mãos de um cárcere. Ao fim da celebração notou que a dona da bolsa foi resgatar seu objeto cantante e saiu discretamente do Templo muito constrangida.

3 comentários:

Anônimo disse...

É por isso que eu detesto celular. Tá certo que tem sua utilidade em momentos onde um contato é fundamental, mas tem gente que abusa. Eu não entendo o fascínio que esses aparelhos geram nas pessoas.

Anônimo disse...

Olha, primeiro passei aqui para agradecer o comentário belíssimo que deixou lá no Casa. Como não podia deixar de ser, dei uma lida no post que apareceu depois da minha última visita. Duas coisas a diuzer: 1.hohohohohoho 2. Ctrl C- Ctrl V nele! Beijos

Anônimo disse...

Isso podia acontecer quando *eu* estou na missa, mas nããããããoooo! Sacanagem, viu?