quinta-feira, outubro 25, 2007

Momentos em que a personalidade se forma

Lembrava-me ontem de um momento interessante, não sei o que é que entre a estação Saens Pena e a Siqueira Campos tinha para me fazer lembrar...

Era 1995, eu estava no meu ano de aluno agostiniano (sem mais perguntas), viajava com alguns colegas para Itatiaia. Levava meu violão a tiracolo. Na época, lembro-me bem de ter uma paixão adolescente-platônica, e que, como manda a tradição, era tijucana. Estudava no meu antigo colégio. Mas era uma paixão adolescente, daquelas que não tem hormonio que o faça olhar para outras... lembra até a mesma paixão que eu sinto hoje (viu noiva?).

Mas, ao contrário de hoje, como já disse, era uma paixão platônica, que inclusive namorava um faixa preta mega boga lutador de caratê. E eu, com meu tamanho, mas com meu jeito pacífico, resolvi ficar na minha e deixar passar.

De fato, esta pequena tristeza me acompanhava por aqueles tempos, mas meu violão a tiracolo era um bom anestésico para stress na escola e paixões mal resolvidas (na verdade hoje ele ainda o é para problemas no trabalho e discussões calorosas com amigos).

Não demorava muito, naquele lugar silencioso, com uma paisagem belissima eu tira-lo da capa, sentar na janela, pegar o caderninho de cifras e começar a tirar notas e acordes dele acompanhando com minha voz.

Não demorou muito, bateram na porta, eram 3 meninas pedindo para ouvir a musica que eu tocava, e assim o fiz. Repertório bem "jovens tardes anos 80", ao terminar de tocar a primeira musica, levantei a cabeça e tomei um susto: o quarto estava repleto de pessoas. E eu era o único homem presente.

O quarto fico tão lotado que pediram pra descer para o saguão e fomos eu, uns 2 amigos e toda uma horda feminina acompanhando e cantando a noite inteira. Até que cansados, fomos dormir.

Nos dias que se seguiram no Colégio, me sentia a sensação do momento: várias meninas da sétima e da oitava série (minha séria na época) vinham conversar, perguntar quando eu trazia o violão de novo, etc... Para mim, naquele colégio, aquilo era novo, pois eu fazia parte do grupo dos nerds excluídos, aquele bando de pessoas que gostavam de "Cavaleiros do Zodíaco."

Até que um dia levei o violão para o colégio (tinha que apresentar um trabalho com ele) Na hora do Recreio desci com ele, e as meninas surgiam de váários lugares para ouvir, namorados e ficantes enciumados apareciam, mas eram logo repreendidos pelas hipnotizadas meninas. Eu ali naquele momento, ganhava o respeito dos caras que sempre zoavam o nerdzinho fã de desenho animado. Até que os amigos apareceram.... e disseram...

- Ei Aiolos! Toca Cavaleiros...

Silêncio e suspense... tinha nas minhas mãos a chance de ser o popular e agora tudo estava a mercê de uma decisão..

- Vai Aiolos! Toca Cavaleiros...

Foi então que os presentes começaram a debochar dos crianções que não cresciam. Eu olhava diante daquele momento, não sabia o que fazer, eu estava adorando aquela paparicação toda, foi então que resolvi continuar a tocar o meu violão, lembrando dos momentos precedentes a os das meninas que pediam para ouvir a musica que eu tocava, então um acorde Mi menor veio acompanhado da frase.

- Tem sempre alguém no cosmo ajudando o cavaleiro a venceeeer...

A Platéia emudeceu e foi saindo uma por uma até que sobrou eu e os meus amigos cavaleiros que me acompanhavam empolgados. Tudo voltou ao normal e sinto que aquela decisão foi pro resto da vida. Se querem minha companhia, gostem de mim como sou e cantem junto...

- Pégasus, ajuda o seu cavaleiro, gelo, o dragão e os guerreiros... cavaleiros do zodíacoooooooo...

Abraços para todos

2 comentários:

Kath disse...

Olha, uma história anterior à capa que eu dei! ;-)
Mas isso só aconteceu porque era aquela primeira música do Cavaleiros, não aquela irada cantada pelo Falaschi!
"Pois as asas de um coração sonhador
Ninguém irá roubar"

Unknown disse...

sei...sei...cheio de menininhas em volta, ne? e nem adianta falar viu noiva?
hehehehehehehe...bjao
t amo muito...